apesar de bastante ocupada com as confusas horas de trabalho e com o afeto que se cria no costume de conviver (que é, ainda bem, inevitável), quando chego em casa ainda não sinto meus dias preenchidos.
me falta dinheiro, tempo para pensar, disposição para ser incrível, uma luz confortável para receber as visitas.
me faltam tênis, móveis, alguém para compartilhar pensamentos incômodos (mas muito, muito humanos).
depois da faxina, sempre falta a sacada.
me falta a vontade de resolver os meus problemas de uma vez por todas.
me falta saudade para responder todas as mensagens na hora certa.
me falta o desespero dos que amam, a paz dos que desejam, uma cortina que tape o sol aos finais de semana, um pacote de noz moscada.
